Friday, December 29, 2006

Nostalgia de fim de ano ou se calhar não ...

Hoje é um daqueles dias...

Daqueles dias em que se resiste aos impulsos...

Ao impulso de conduzir noite dentro sem destino...

Ao impulso de ouvir a mesma música vezes sem conta...

Ao impulso de sofrer por nada em especial...

Ao impulso de chorar pelo irremediável...

Ao impulso de fumar uma ganza...

Ao impulso de te calar...

Ao impulso de te cheirar a pele...

Ao impulso de cantar...

Ao impulso de gritar...

Ao impulso de te pedir para dançar...

Ao impulso da entrega...

Ao impulso do irracional...

Ao impulso de te convidar para jantar...

Ao impulso de entrar no mar...

Ao impulso de te deixar entrar...

Wednesday, December 6, 2006

À minha companheira de armas...

Hoje foi um bom dia, isto é, uma boa noite; hoje mais um pequeno Ser vai dormir debaixo de um tecto, com a fome saciada e a barriga cheia de mimo. Não é nada, é uma gota de água num imenso oceano, mas que tem o valor de uma vida. A ti, minha companheira de armas, de lágrimas, de aventuras, de desventuras, obrigado. Obrigado por dividires a dor e a responsabilidade desta luta que travamos.

Porque a defesa dos animais foi a causa que adoptaste comigo; porque me deste razão quando passei uma passagem de ano à de chuva para proteger de seres acéfalos mas bípedes (e por isso nossos semelhantes), um cão; porque o úlimo dia da tua gravidez foi passado a resgatar um pombo; porque os teus braços, como os meus, contam histórias de garras e dentes afiados, umas com finais felizes e outras nem por isso; obrigado.

E quando te perguntarem porque o fazes, porque abdicas do teu tempo, do teu dinheiro, de bocadinhos de ti, sorri, não respondas; esse é um porquê impossível explicar, não tem tradução, não se vê, não se ouve, só se sente.

Benditos os que sentem.